Pátio - Tópico Oficial

Deu uma risada calorosa, e bagunçou o cabelo do italiano, assentindo em agradecimento pelas boas vindas. Era ótimo ver Feliciano sorrindo, mesmo que o conhecesse a muito muito pouco tempo....ou.... não era tão pouco assim? Comparado com o tempo que havia passado com os outros pacientes, ou o tempo de vida de uma mosca... ew..moscas eram realmente nojentas... principalmente quando voavam em torno da sua comida e----
Piscou algumas vezes, percebendo que estava perdendo o foco da conversa, se é que havia uma, até agora só haviam trocado cumprimentos e--

- Então, Feli! Se você quiser, eu posso brincar com você por enquanto! Você quer fazer alguma coisa? - Abriu ainda mais o sorriso, olhando o outro. - Conversar? Estou aqui pra cuidar de vocês, então o que quiser fazer está bom pra mim!

- Eh? Mas você não tem deveres a fazer...?

Tombou a cabeça de lado, visivelmente intrigado. Afinal naquele lugar cheio de pessoas, um enfermeiro tinha mesmo tempo para ficar brincando e conversando com ele? Havia tantas pessoas naquele hospital, e estavam chegando novos pacientes a cada dia... Conhecia Antônio a pouco tempo, mas já começara a desenvolver uma simpatia pelo espanhol e sua expressão alegre, por isso não queria causá-lo problemas.

- Talvez... Devia entregar remédios para alguém... Ah, quem sabe não devia ir falar com o médico~! Eu ouvi que o antigo doutor foi mandado embora e outro entrou no lugar dele!

Chegou até o pátio e deu uma breve olhada, tentando reconhecer alguém, mais precisamente seu irmão. Não, ele não estava ali, teria reconhecido aqueles cabelos brancos de longe. Começou a andar por ali, sempre com aquela postura imponente, meio dominadora. olhava para os outros presentes com uma certa superioridade, realmente não entendia porque deveria estar ali com aqueles problemáticos... ! Ficou reparando nos médicos e enfermeiros que haviam por ali, todos lhe pareciam meio idiotas, incompetentes. "Me parece que eles nem dariam falta se eu simplesmente saísse daqui." Continuou andando por ali até que pareceu avistar uma figura conhecida... ora, aquele que ja havia ficado sob seu poder por um tempo... ainda desejava com força se apoderar novamente do polonês.

[off: Gente, não sei exatamente como funciona nesse caso, então fiquei na dúvida se poderia me relacionar com alguém que ja estivesse jogando com outra pessoa. De qualquer forma, espero não ter feito errado TT' ]

Eh?

Piscou algumas vezes, olhando o paciente. Tão preocupado! Era mesmo uma graça o modo como ele agia!
Sorriu pra ele e pensou um tempo.. Um novo médico? Seria realmente interessante conhecê-lo. E necessário! Já que ele também era novo no local, os dois poderiam se ajudar e nada como uma ajuda a mais, ¿cierto?

- Hmm, bem...! O que me diz disso: vou até lá - E apontou o prédio da equipe - E dou as boas vindas ao médico novo, e depois nós dois viemos aqui pra brincar com você! De acordo?

Abriu ainda mais o sorriso, afagando os cabelos dele, apesar da idade aquele rapaz era baixinho pra ele, e quase o lembrava de uma criança com aquele jeito animado de ser.

- Parece uma boa, na?

Arrumou as fichas sobre o baixo e riu, vendo o paciente se afastar. Agora era melhor dar uma olhada nos outros médicos! Afinal, como um novo enfermeiro, devia conhecer sua equipe, não?? Claro que sim!

E assentindo pra si mesmo e girando nos calcanhares o espanhol se dirigiu para dentro do prédio.

- ¡Vamonos!

- Hajime- Prazer em conhecê-lo também, Casey. - Corrigiu-se logo. E, no nome do outro quase saiu um "-san" junto. As vezes algumas coisas mais comuns de se falar ainda escapavam. Outro dia mesmo estava em sua casa, lá podia falar japonês. Ficou um pouco hesitante sobre o aperto de mão, mas repetiu o movimento. Segurou com força de menos, mas balançou corretamente.
Logo recolheu-se, não muito acostumado com contato.

- Ele está ali... - Virou-se, apontando de leve o polonês mais a frente.

Aleksander estava feliz por ter sido contratado. Não sabia, ao certo, se felicidade combinava com aquele lugar, mas estava disposto a ser bem aceito.
Logo que chegou, deparou-se com o pátio. Já vestia o jaleco branco que o identificava como um funcionário e passou os olhos por todos que estavam por ali — entretanto, só conseguiu identificar mais um como contratado; o resto parecia ser composto por pacientes.

Alguns se cumprimentavam, outros conversavam. Por enquanto, o clima não parecia tão ruim. Apenas estranhou que um dos pacientes fumava — porém não tomou nenhuma atitude por ser tão novo ali.

Recém-chegado, cruzou o pátio a fim de ir até os apartamentos resevados aos funcionários. Enquanto andava, passou por uma loura de cabelos longos que parecia segurar algo nas mãos — imediatamente a reconheceu como a paciente que sofria de autismo —, outro garoto louro, e... Algo que parecia ser uma menina. Não teve muita certeza e aproximou-se deles, cumprimentando-os apenas com a cabeça e um sorriso.

Arthur olhou do prendedor para o/a tal Polska. Deveria ser. Se ela tivesse roubado, não teria mostrado tão na cara dura... A não ser que fosse uma pirata disfarçada, mas... pff, mulheres piratas? Nunca! Talvez uma meretriz, sim, ela seria uma boa pedida... Analisou-a descaradamente, da cabeça aos pés.

─ Aye! ─ sorriu de canto, mais simpático, pegando o prendedor da mão dela, mas não a soltou. Aproximou-a de si, inclinando brevemente o tronco, de modo a encostar os lábios brevemente no dorso da mesma. ─ Thank you, my lady.

Ergueu as pálpebras, levantando os orbes verdes para visualizar a garota, o sorriso com um quê de sedução. Ainda era um gentleman! Trataria as donzelas como tal.

Assustou-se quando teve sua mão tocada, mesmo que não fosse nada relevante, ficando mais alerta ao que poderia ser feito após isso. Notou que um enfermeiro passava por ali, cumprimentando-os de um modo discreto. Fez o mesmo, sem mover-se muito, logo voltando a atenção ao inglês.

Arregalou ainda mais os olhos quando percebeu que ele a aproximava, até tocá-la com os lábios. Quase chegou ao ponto de ficar com nojo daquele ser, até que ele a olhou como se estivesse tentando seduzí-la; estressou-se com aquilo.

─ Quem você está pensando que é?! ─ ela perguntou alarmada, mas ainda em um tom baixo, empurrando-o com força moderada.

Opa, então a fera mordia? Só deixava as coisas mais interessantes. Devolveu o prendedor para o verdadeiro dono, elevando as mãos para mostrar que não faria nada. Mas um sorriso convencido cresceu ao ouvir a pergunta. Quem ele pensava que era? A pergunta certa era: quem ele era! Era importante demais para uma menininha falar assim com ele, tsc.

─ Eu? Sou o grande Arthur Kirkland! O rei dos sete mares e dos cinco continentes. HAHAH!

Riu alto, apoiando as mãos na cintura, inclinando-se brevemente para trás. Balançou a cabeça negativamente, afastando os pensamentos e gesticulando com a mão com elegância.

─ Se você se comportasse, deixaria ser uma de minhas meretrizes....

Sentiu-se irritada com aquele olhar estranho sobre si novamente. Ah, então ele a assediava e ainda agia daquela forma?

Logo pensou que ele estivesse querendo realmente incomodá-la, óbvio que não sabia das consequências. Sentiu raiva por isso, mas estava tentando se controlar, apesar de tudo. Poderia ser levada de volta para dentro por brigar com alguém ─ o que não seria má ideia, mas já havia decidido que ficaria ali e não havia nada que pudesse fazê-la mudar sua escolha.

─ ...Sua? ─ a loira franziu o cenho, mas logo voltou à expressão vazia de antes, cruzando os braços em frente ao corpo ─ Tenha cuidado com o que fala.

Aquilo a provocara. Falar sobre seu comportamento e dizer que poderia ser algo dele? Mas já não prestava mais tanta atenção. Direcionou o olhar para o lado, apenas querendo ignorá-lo. Talvez assim ele reconhecesse que ela não gostara daquilo.

─ Yep! Já tive muitas, sabia? Uma vez estive na Índia. Conheci uma mulher muito bonita... e uma japonesa, também. Com nome de flor. Delicada e meiga. Quis desposá-la, mas o pai dela repudiava estrangeiros... ─ suspirou, fechando os olhos e balançando os ombros, as feições transformadas, como se realmente se lembrasse de algo. Fruto de sua imaginação: nunca estivera realmente na Índia, muito menos no Japão. Riu com um misto de elegância e escárnio, voltando a fitar a garota com uma expressão altiva. ─ Mas você é muito bonita, my lady. Também não é alguém que se possa ignorar... Comparando com os orientais, sua pele clara parece uma madre-pérola... E os olhos, talvez safiras? Não, não... nenhuma safira teria este brilho... Deixe-me vê-los melhor!

Cantarolou em um tom mais baixo a última frase, aproximando-se e tomando o queixo dela, virando-a para si, querendo fitar melhor aqueles orbes. Era ótimo em tecer elogios, não era? Nenhuma mulher resistiria...

Berwald tinha acabado de chegar no hospital e andava calmamente, como de costume. Conforme ia andando, entretanto, percebeu algo estranho acontecendo entre os dois pacientes.

Arrumou a gola do jaleco que usava completamente aberto e pôs-se a direcionar-se aos dois. Ainda não estava completamente ciente dos problemas dos internados, mas não deixaria que alguns deles causassem problemas desde agora.

— Ei — disse virando-se para o louro, com a mesma expressão de sempre. — Afaste-se dela. — Suspirou e manteve os braços cruzados, levemente pensativo. Precisava tomar alguma decisão, rápido. — Onde acham que estão?

─ Me solte, por favor ─ pediu, já querendo empurrá-lo com mais força ou fazer algo pior.

Se aquela pessoa queria mesmo irritá-la, conseguira perfeitamente. Chegou a fechar o punho e erguê-la na direção de sua face, mas alguém viera interromper. Reconheceu que era alguém da equipe devido ao jaleco branco, assustando-se com sua altura. Mas ignorou aquilo, soltando se do outro e virando o rosto. Também estava se recusando a responder aquela pergunta. A culpa não era dela se alguém a tratava daquele jeito sem motivo. Seu ar agora era levemente superior, apenas para afastar o próximo que tentasse fazer o mesmo.

Chegou a rir com escárnio quando viu o punho dela erguido. O que ela achava que poderia fazer? Ela era só uma garota. Ele era um grande pirata! Quando abriu a boca para retrucar, sentiu alguém se aproximar. Afinou os olhos claros, direcionando os orbes para o canto deles, fitando a figura. Assustou-se, por mais que não demonstrasse. Soltou a garota lentamente, ficando de frente para o maior. Assustador, pensaria qualquer um, mas não Arthur Kirkland - sem nenhuma noção do perigo. Sorriu de canto, arrogante.

─ Mais um dessas pessoas de branco. Por que vocês teimam em me atrapalhar? Estou apenas conversando com minha companheira.

Fechou os olhos, dando de ombros e balançando as mãos. Mesmo com aquela personalidade estranha e distorcida por contra da doença, ainda tinha um ar elegante (apesar de muito arrogante).

─ Esse navio é meu. A tripulação é minha. Se quiser embarcar, tem que falar comigo primeiro!

Um dos braços indicou o nada, enquanto usava o outro polegar para apontar para si mesmo, presunçoso. Como ele perguntava aonde pensava que estava? À beira-mar. Podia até sentir o aroma salgado invadindo-lhe as narinas e o vento fresco balançando-lhe os cabelos e as roupas.

O médico olhou rapidamente para a bielorrussa, porém, percebendo que não era ela que havia começado aquilo, voltou novamente o olhar para o inglês.

Meneou a cabeça, concordando. Olhou-o fixamente nos olhos e descruzou os braços, tentando ser menos impositivo.

— Não quero atrapalhar as coisas em seu navio, capitão — disse, sem erguer a voz ou parecer dar ordens. Era apenas sério. — Apenas gostaria que conversasse de longe com essa senhorita. Pode ser assim?

Concluiu e apenas olhou os dois novamente. Ainda teria que arrumar todas as suas coisas por ali, e teria que conhecer o resto da equipe. Não esperava falar com os pacientes logo no primeiro dia.

Franziu o cenho, encarando dentro dos olhos claros do maior. Não se intimidava pela altura dele - tinha enfrentado coisa pior! E ele nem estava armado... Mas não tinha intenção de lutar, porque também não estava com sua espada. Tinham a tomado de si.

─ Não me dê ordens. ─ disse com seriedade, aproximando a face do sueco, desafiante. Mas logo se afastou, dando as costas para ele e dando de ombros, balançando as mãos mais uma vez. ─ Mas entendi! É sua acompanhante, certo? Faz mal deixá-la solta por aí... Tem muitos homens perigosos por aí! Eu não estou incluído. Trato as damas como um verdadeiro gentleman. E eu sou um, dá para ver pela minha elegância...

Levou uma das mãos ao queixo, rindo brevemente, com orgulho de si. Não era do tipo que estuprava meninas... ainda mais se estivessem acompanhadas!