Pátio - Tópico Oficial

((OFF: Obrigada! ;A;))

O polonês, ao ver tamanha gentileza com que era tratado, sentiu-se mais à vontade para encarar, nos olhos, o homem que estava a sua frente. Não percebera as intenções desse ao estender-lhe a mão, sorriu animadamente:
_ Muito prazer, Kirkland! Tipo, eu preferiria que me chamassem de Polska... E aceitaria a sua ajuda! Eu perdi um objeto muito querido... É só uma presilha, na verdade... _ Nesse momento, Felikz corou novamente, juntando as mãos em frente ao corpo e balançando-se, incomodado. _ Mas eu tenho medo que um junk qualquer tenha-o pego... Você poderia me ajudar, Arthur? _ sorriu novamente, como se nada houvesse acontecido.

Ficou aliviado ao ver que o outro agia normalmente. Deu um leve sorriso tímido e levantou-se. Estava começando a se animar coma ideia de fazer uma nova amizade, depois de tanto tempo. Caminhou na direção do loiro, ficando lado a lado com ele.

- A-Ah! M-meu nome é Raivis Galante. O-o seu é...

((Nada, vai ser legal *-*))


Percebendo que ele - na sua cabeça uma garota - não entendera seu gesto (poderia ter somente ignorado, mas não ia pensar nessa possibilidade), disfarçou, levando a mão até a nuca. Afagou os fios que caíam sobre a mesma, as bochechas ganhando um rubor discreto, praticamente imperceptível. Por sorte, o inglês tinha algum controle sobre alguns de seus sentimentos... Isso não incluía os de superioridade e arrogância, como era perceptível. Mas logo abaixou a mão, como se limpasse o ombro e concordou com um sorriso.

- Okay, Polska, então. - Fez uma expressão ligeiramente pensativa. Estava procurando seus amigos, mas... não faria mal ajudar aquela pessoa. Eles lhe aconselhariam a fazê-lo. E seria bom ter uma aliada naquele lugar! Logo de cara já tentaram roubar partes de seu território, não? - Vou te ajudar. Como a presilha é?

Indagou para saber o que teria de achar, agachando-se e apoiando os braços nas pernas, os olhos atentos ao ambiente em volta e qualquer coisa diferente. Era seu território! Iria ser capaz de ajudá-la!

"Eu sou Eduard. Eduard von Bock. Muit prazer, Raivis!" Sorriu, as bochechas ganhando um leve rubor. O garoto era de um jeito meigo. Não parecia ser muito mais novo que ele. Além disso, o modo com que corava e era tímido lhe agradava. Sabia que se ele era assim, não haveria problema em andarem juntos. Estava gostando da ideia de ambos serem amigos - ou talvez algo mais. Mas ainda era muito cedo para tentar investir em um relacionamento com ele, acabaram de se apresentar.

Continuou a andar ao lado do menor, em passos leves e sem pressa. Estava tudo pacífico.

"Ei, Raivis, o que acha de sermos amigos?"

Estava calmamente entrando no pátio, jaleco abotoado e fichas embaixo do braço, quando viu uma pequena confusão mais adiante. Dois pacientes pareciam discutir em uma das mesas, e um deles havia inclusive posto os pés na cadeira! Isso não era uma atitude muito boa... Talvez um encrenqueiro? Encrenqueiros eram preocupantes... Lembrava-se de uma vez no colégio quando-- 

Um novo movimento da dupla loira o fez voltar ao que interessava. Como membro da equipe hospitalar não poderia deixar que uma briga aconteces--- Ah, mas eles haviam desconversado. E agora se afastavam ambos do antigo local ocupado. 
Bom, ao menos nada de ruim havia acontecido, certo? Agora todos pareciam se enturmar...
Ah...exceto.... Aquela garota, no canto do pátio, quietinha, a trançar os cabelos. 
Bom, seria legal ter alguém pra falar com ela, mas ela parecia bem sozinha, não queria atrapalhar. Se alguém precisasse dele, ele estaria ali.

Natalia percorreu os olhos novamente pelo local; um moreno de olhos claros lhe chamava a atenção. Nada que pudesse considerar interesse mas já era alguma coisa. Ainda alisando sua trança sobre o ombro, cruzou as pernas e recostou-se melhor no banco. Pensou em ir cortar alguma coisa... Não dava, sua faca estava guardada na recepção, ou algo assim. Suspirou profundamente, fechando os olhos e sentindo a brisa contra seu rosto.

Notou, também, que uma coisa não estava ali antes. No chão, entre algumas folhas, por onde aquele loiro passara com o japonês, havia uma presilha que brilhava levemente com a luz do sol. Como o objeto era meio feminino, deduziu que fosse daquele ser que não sabia dizer se era homem ou não. Levantou-se e andou até chegar a sua frente, abaixou-se, tocando o acessório com os dedos, logo tirando-o do chão e ficando a observá-lo.

Talvez criasse um problema por estar pegando algo que não era dela, mas não saberia se não tentasse. Até que o real dono sentisse falta, pelo menos, a situação continuaria normal.

Manteve o olhar baixo enquanto caminhava, mas dava alguns pequenos olhares furtivos em direção ao mais alto. Não podia dizer que estava a vontade, mas com certeza estava feliz. O jeito de Eduard o agradava, ele não o deixava apreensivo ou acuado, além de ser uma pessoa bastante agradável... Só tinha medo de estragar tudo, com algum comportamento idiota.

Quando ouviu a pergunta, seu rosto praticamente se iluminou.

- E-Eh? A-Amigos? S-sério? A-Ah, é-é c-claro! - Se enrolou com as palavras, corando.

Eduard ficara contente com a resposta positiva e tímida, meio bagunçada, do menor. Podia ver o prédio ficando cada vez maior em seu campo de visão, já estavam chegando. Não sabia bem o que faria depois, não estava com muita vontade de ler, mas também não queria passar o tempo sozinho no quarto. Poderia cochilar um pouco, mas estava sem vontade no momento.

"Ei, Raivis, depois de arrumar as suas coisas, que acha de nós tomarmos banho? Quero dizer, todo mundo aqui toma banho num lugar só, sendo que separam por sexo... Você se incomoda? As cabines são individuais, então... Bem, eu não acho que teria muito problema, da minha parte." Falou, um pouco envergonhado. Estava nervoso sobre o que o outro pensaria dele pela proposta, mas na verdade só queria ficar um pouco mais amigo dele, só isso! Não era nenhum tapado em relações sociais... E, não era como se tivessem coisa melhor pra fazer, pelo menos na sua visão.

((Será que o Raivis vai aceitar? O: *Musiquinha tensa no fundo*))

Acordara a pouco do seu sono induzido. Realmente aquele remédio o fazia dormir por horas, mas pelo menos não se lembrava mais do último "sonho" que tivera e nem da preocupação momentânea causado por este. Sim, o italiano estava até sorrindo de novo! Claro que não como antigamente... Mas já era algo animador. Desceu até o pátio, para aproveitar o dia bonito e talvez para conhecer os pacientes novos que tinha visto chegar da janela de seu quarto pouco antes de descer, mas logo que pisou na área externa esbarrou em uma figura mais alta, vestida de branco, que estava ali parada. Deu um passo para trás para não cair e levantou o olhar para o rosto daquela pessoa.

- P-Perdonami, eu não estava prestando atenção!

- E-eh?! - Ficou um tanto assustado com a pergunta, não sabendo se olhava Eduard ou se fitava o chão. Tentou se acalmar e pôs a cabeça no lugar para pensar. Não tinha nada demais na proposta. Não era como se alguma coisa fosse acontecer... E seu novo amigo não era um pervertido, claro que não! Ou talvez fosse e só não aparentasse... se repreendeu mentalmente por isso, não devia pensar uma coisa tão horrível assim.

- - E-eu... A-ah... - Precisava dar uma resposta rápido antes que parecesse retardado aos olhos do outro. Bom, se não fosse agora com Eduard precisaria ir mais tarde de qualquer jeito. E a ideia de ir ao banheiro e cruzar com um total desconhecido era assustadora demais... Quase entrou em pânico só de pensar. - C-claro, n-não tem problema nenhum, a-acho.

Estava observando a situação do pátio quando sentiu uma leve trombada, olhando pra trás pra ver um paciente mais baixo. ¡Tan gracioso!

"P-Perdonami, eu não estava prestando atenção!"

O pequeno se desculpou, olhando-o. O espanhol virou-se pra ele e assentiu, aceitando as desculpas com um sorriso. Era mesmo educado! Talvez quisesse conversar um pouco? Seria bem mais fácil ajudá-los se conhecesse os pacientes, certo?

- ¡No te preocupes! - arrumou as fichas sobre o braço, se perguntando se ele ficaria ofendido se o enfermeiro conferisse seu nome ali. Talvez...? Achava que ficaria magoado caso não perguntassem seu nome na primeira conversa. Mas ele saberia o nome dele! Mas não teria perguntado... Devia esperá-lo perguntar e aí olhar a ficha..? Ou então--!

Antônio balançou a cabeça, se ficasse pensando muito nisso ia acabar sem falar com o outro, parado lá e pensando, com cara de pensativo? Como será que era a expressão de pensativo, será que seu rosto ficav-- Ah! Estava divagando de novo, então apenas sorriu, estendendo a mão livre:

- Yo soy Antônio, trabalho aqui! Você é....?

Eduard percebeu que Raivis estava corado com a ideia. Não achara aquilo esquisito, também ficaria um pouco enveergonhado se estivesse no lugar dele. "Ah, que bom! Eu estava com um pouco de medo de você me achar um pervertido, então isso realmente me deixou mais aliviado!" Riu um pouco, com as bochechas rosadas.

"A água é bem quente, você vai gostar... Na verdade, as coisas aqui são bem confortáveis." Comenta, observando para saber qual seria a reação do menor. Já estavam chegando, não faltava muito. Raivis parecia ser realmente tímido. perguntou-se como ele agiria caso topasse com algum desconhecido quando fosse banhar-se. Sabia que, naquele momento, só teriam eles dois, então isso deveria deixá-lo mais à vontade.

Passaram por um enfermeiro moreno e um rapaz de cadeira de rodas. Olhou-os de longe, mas resolveu não se aproximar. Pareciam estar bem conversando ali.

Percebe que estavam bem na frente da casa. Parou ali.

"É aqui. Já devem ter posto uma placa com seu nome na porta de seu quarto, então não vai ser difícil achar. Quer que eu abra a porta pra você?"

Ouviu o homem o responder para não se preocupar... Em espanhol? Bem, naquele lugar havia pessoas de várias partes do mundo, então não era tão estranho, apesar de que teria que se esforçar um pouco para entender o sotaque dele. Ele não parecia ter se irritado com a falta de atenção do italiano, então talvez ele fosse um cara legal, diferente de alguns outros que trabalhavam ali. Já ia dizer algo, mas a cara de pensativo do suposto espanhol o fez tombar a cabeça de lado. Será que ele também estava vendo aquele garotinho, assim como ele via? ... Ele estava vendo alguma coisa? Já estendia a mão para o tocar no ombro, mas ao vê-lo balançar a cabeça recolheu a mão depressa.

"- Yo soy Antônio, trabalho aqui! Você é....?"

Abriu um largo sorriso de novo. É, ele estava bem, pelo que parecia.

- Meu nome é Feliciano, mas pode me chamar de Felici... Ou só de Feli, vee~! Você é enfermeiro, Antônio? Não me lembro de o ver aqui antes~!

Continuou olhando o menino enquanto ele respondia, assentindo a cada palavra.

- ¡Si, si! É meu primeiro dia aqui! Espero ser seu amigo também! - completou, mesmo que o outro não tivesse dito nada. - Você está aqui há muito tempo, Feli~?

Imitou o seu tom de voz alegre ao falar seu nome, rindo um pouco, aquele baixinho parecia ser uma boa pessoa. Talvez fosse muito cedo pra dizer, mas... Todos ali pareciam boas pessoas. Hm... Com raras excessões, ele imaginava. Voltou seu olhar pro patio, percebendo que as pessoas estavam mais afastadas agora, algumas haviam subido pata seus quartos? Ahn... Ele não devia saber disso? Quer dizer, era o enfermeiro encarregado....! Mas--, ahn... Onde estavam??

Enfim, lembrou-se que havia feito uma pergunta ao outro, e seria mal-educado não ouví-lo responder! Então, prestou atenção nele, e prometeu asi mesmo que se focaria em uma coisa só agora:

- então.... Há muito tempo? - sorriu.

Russel estava encolhido próximo a um dos bancos, observando de longe e silenciosamente tudo o que se passava ali. Todas as confusões, todas as conversas. Tudo. Quando se levantou, puxou junto a si seu grande amigo, Mr. Bunny. Seus pés calçados com meias brancas percorriam o local, enquanto o coelho de pelúcia se arrastava no chão. Após ir andando dentre as figuras ali presentes, encontrou um lugar não tão incômodo, próximo a uma mulher de cabelos longos. O britânico sequer percebeu a presença dos outros. Sempre passavam despercebidos. Logo se sentou ali mesmo, no chão, com o coelhinho a sua frente e tirou da mochila pequenas xícaras de chá de plástico e anunciou para seu companheiro.

- It's tea time! Ainda bem que o dia está tranqüilo.

Corou quando o outro riu, por alguma razão que não soube explicar. Tomou coragem para olhá-lo mais diretamente.

- S-sim! A-aqui parece mesmo bem agradável... - “E isso é bom... Sabe-se lá quanto tempo vou passar aqui.” Completou em pensamento, abraçando a sua pequena mala. “Talvez o resto da vida”.

Ficou tão distraído com tais pensamentos que nem viu quando já tinham chegado na casa.

- Ahm?! - exclamou, acordando de seus devaneios. - S-seria gentil, m-mas n-não precisa se incomodar! E-Eu posso abrir. - Disse passando a mal para a mão esquerda, para ter mais mobilidade.

Felikz considerou por um momento a situação, poderia ser humilhante responder ao inglês que o encarava com tamanha gentileza. Sentiu o coração acelerar enquanto encarava os olhos tão verdes quanto os seus.
Até que viu, de relance, um homem moreno vestindo um jaleco branco. Ele caminhava calmamente pelo cenário e parecia observar se tudo ocorria bem. Lembrou-se de onde estava, um lugar cheio de junks loucos. E talvez ladrões. Seu humor, novamente, passando de água a vinho. A alegria repentina sendo substituída por olhos marejados e brilhantes, encarando Arthur:
_ Tipo... Você pegou a minha presilha, não é?

Já voltava a procura, realmente preocupado. Deveria estar ali em algum lugar... Isso se o polonês tivesse passado por ali, claro. Ia para perto dos arbustos, um pouco feliz por estar sendo útil, mas... Ouviu aquela frase, franzindo as sobrancelhas e virando-se para Polska - como pedira para ser chamado. Arqueou uma das sobrancelhas, os olhos se estreitando. Os braços logo se dirigiram para frente do corpo, cruzando-se na linha do tórax. Apesar dessas aparência ligeiramente mal humorada, ficou ofendido com aquilo. Poderia ser um grande pirata! - E o era, não é? - Mas não roubava coisas de mulheres indefesas! Preferiria fazê-las suas meretrizes, se fosse para roubar algo... Que fosse sua liberdade. Ou prazer!

- Oh, My God. Por que diabos eu roubaria uma presilha de cabelo? Olhe para mim! Se for roubar, que seja ouro!

Exclamou com convicção, fechando os olhos, as bochechas ganhando um ligeiro rubor em um misto de raiva e vergonha. Estava perdendo seu tempo ali?
Mas talvez o loiro tivesse algum problema. Estava ali por acharem que tinha algum problema... Mas não tinha! Entreabriu os olhos novamente, mas o olhar desviando-se do outro.

- Não sou esse tipo de pessoa, tsc. Se tivesse pego, devolveria. Sou um gentleman!

Foi quando o polonês percebeu a possibilidade de sua acusação ter soado mais grosseira do que deveria. Notou que Arthur... Era esse o seu nome, certo? ... Já não o encarava mais, parecia procurar qualquer ponto no chão mais interessante que o polonês.
Estava triste. Deprimido. Ofendido.
"E é culpa minha."
Uma leve brisa bagunçou seus cabelos lisos, estes normalmente arrumados por fitas ou qualquer outro adereço que lhe parecesse adorável.
Era por isso que estava ali? Por não conseguir manter uma conversa comum sem considerar o outro interlocutor?
Talvez Liet quisesse se livrar logo dele.
Era isso.
Baixou os olhos, mirando o chão assim como o mais alto. Queria chorar, mas não poderia fazer isso na frente de tantos novos "colegas". Disse, sussurrando:
_ Me... Desculpe. Jestem głupi.

(OFF: Desculpem-me a qualidade dos meus posts hoje, estou exausta de estudar o dia inteiro... -_-)

Estava sério, parecendo até emburrado. Até ouvir aquela frase... Só entendeu o "me desculpe", mas era o que importava. Balançou os ombros como se estivesse se livrando de algum incomodo, fechando os olhos e descruzando os braços, pousando as mãos na cintura. A expressão de Arthur voltou a ser altiva.

- Se você reconhece seu erro, tudo bem! Vamos.

Deixou os braços penderem ao lado do corpo, mas logo estendeu um deles, tomando a mão do outro loiro, caminhando na frente. Os olhos estavam fixos no caminho que tomava: justamente por onde ele viera.

- Deve estar por aqui. Você veio por esse caminho, não é? Então deve ter caído por aqui...

Usava um tom de que era óbvio. Se não estava perto de onde estava, era a conclusão mais lógica a se chegar... Viu um moreno bem a frente junto com um conjunto de malas, mas antes tinha uma garota loira. Ela era suspeita, fazendo com que o britânico franzisse o cenho ao vê-la.

Olhou para o lado, notando as mesmas pessoas de antes e o mesmo movimento. Ainda com o objeto em mãos, ficou a fitar o loiro passando, o provável dono da presilha. Não havia mais mulheres ali, além dela, então seria estranho se algum dos presentes tivesse algo como aquilo, e achou que devolver era algo sensato.

Desviando do resto das pessoas em seu caminho, caminhou até ele, notando que vinha junto do homem que estava discutindo antes. "Estranho", pensou, sem demonstrar nada, apenas querendo fazer o que tinha de ser feito sem chamar mais atenção do que já estava. O olhar que ele a direcionava também não era tão comum, não estava gostando daquilo. Manteria-se normal, porém.

Estando suficientemente próxima, estendeu a mão com o acessório para que ambos vissem, finalmente criando coragem para se aproximar de alguém por ali.

- Isto é seu? - a bielorrussa perguntou, simplesmente, esperando uma resposta quase que sem paciência.

Abriu lentamente seus olhos, piscando-os algumas vezes para se acostumar com a claridade do local, e logo olhou ao seu redor, estava sentado debaixo da sombra de uma das maiores àrvores de todo o Pátio, já deveria estar dormindo por lá faz algum tempo já que suas roupas estavam cobertas com folhas. Apesar de já ter se dado conta de que estava em um hospicio há alguns dias, ainda mal podia acreditar...

"Tsk... Esses malditos remedios realmente me deixam com sono..." Olhou com raiva para o pequeno frasco vazio com seus comprimentos diarios, por um segundo cogitou a possibilidade de simplesmente deixa-los de lado, poderia dar um jeito de facilmente fazer que os medicos pensassem que o "Exemplar" Suiço pensasse que continuava com seu comportamento bem.... Exemplar. Mas logo mudou de ideia, retirando de seus bolsos um pequeno pedaço de papel, delicado e estampado com alguns desenhos de coelhos e outros animais.... bonitinhos? Ah, sim. Aquela era a carta-incentivo que havia recebido de sua irmã, há alguns dias atrás. Passou os olhos entre algumas palavras do mesmo...

"Onii-San, por favor comporte-se~!"

Sentindo seu rosto corar levemente com as palavras de incentivo da irmã, mas com a mesma expressão séria de sempre, apenas guardou o pedaço de papel de volta em seus bolsos e suspirou. Passou agora apenas a observar um grupo de pessoas aglomeradas no Pátio, dois homens e uma mulher, achava aquilo suspeito, será que estavam tramando alguma coisa...? Se manteve quieto, observando-os de longe, paranóico.

"..."

Então ele realmente era novo alí! Algo no fundo do coração do italiano pediu silenciosamente que ele não terminasse sendo como os outros, mas... Era tão difícil, quase uma utopia. Ele mesmo já tinha conhecido muitos enfermeiros, por ser talvez o que estava a mais tempo naquele hospital, que não tinham um fio sequer de tolerância com ele quando seu corpo de repente parava de responder e ele tinha que ser carregado. Não era sua culpa que isso acontecesse, mas por causa dessa intolerância, muitas vezes eles... Eles...
O pequeno apertou os olhos com força e ao abri-los de novo, olhando mais uma vez na direção do espanhol, abriu um sorriso inocente, bobo.

- Buongiorno, signor! Está procurando algo? Vee~ Posso ajudá-lo?

-Hm?

Tombou de leve a cabeça, e olhou o italiano em frente, confuso. Ele estava o cumprimentando de novo, que esquisito, isso era costume por aqui, ou ele quis desviar do assunto? Ou talvez.... Olhou para as fichas, e percorreu-as com os olhos, Feliciano... Feliciano... Ah! Feliciano Vargas! D...Demência de Lewy....

Olhou pro menor, e sorriu de leve, um tanto fraco pro ânimo normal do espanhol, mas ele não se deixou ser deixado pra baixo, e cumprimentou de novo o italiano, abraçando-o.

- Buenos Días, Felici! Sou o Antônio, seu enfermeiro novo! - Disse, animado, enquanto se afastava pra dar uma olhada no italiano. - Como está se sentindo hoje? Tomou seus remédios hoje cedo?

Piscou os olhos, confuso, ao ser abraçado. Tinha feito algo? Não conseguia se lembrar... Mas esse enfermeiro Antônio parecia legal, e o italiano tinha mesmo um gosto especial por abraços, só que normalmente se continha pois aquilo que era normal para ele muitas vezes causava desconforto aos outros... Mas Antônio não parecia ser assim! Mesmo depois dele ter se afastado, abraçou o espanhol apertado, matando toda a saudade que tinha de agir daquela forma.

- Sì signor, eu tomei eles direitinho, vee~! E também estou me sentindo muito bem, grazie~ Seja bem-vindo, Pepe~! ^^