Pátio - Tópico Oficial

((É, resolvi escrever~~ E, mesmo esse tópico sendo oficial, vocês podem criar outros com coisas como eventos ou algo assim~~ Mas é claro que, se for um evento enorme, tem que pedir pra autorizar >u<))

O estoniano caminhava em passos curtos, tranquilos, pelo caminho de pedras. Observava as flores de cores diferentes. Cultivavam de tudo ali - Rosas, centáureas, lírios, margaridas. Era um cenário belo, o que acalmava o rapaz. Era muito bom para ele poder sentir que estava aspirando o ar fresco.

Quando tinha um ataque de pânico, descontrolava-se totalmente. E sempre sentia a falta de ar. Por isso que só a sensação de saber que estava respirando normalmente o aliviava bastante.

Já perguntou-se porque ele tinha desenvolvido aquela doença, porque tinha que ter fobias de humilhação e falar em público. No começo era apenas uma inquietação, um nervoso que era considerado natural.

Aí veio os tremores, a falta de ar, o coração acelerado, as lágrimas, o terror.

Já tinha tomado os remédios. Sentou-se em uma das mesas e abriu um livro de bolso. Devia estar sendo um grande fardo para a família, pensou. Talvez tenha sido por isso que estava ali. Quantas vezes já não surtara, tanto lá quanto em público, chegando até mesmo a molhar as calças numa palestra?

Sentia-se constrangido. E ele não gostava daquilo.

Mas até que não estava sendo tão ruim ficar no Hospital. Se obedecesse - coisa que fazia muito - não teria que falar nada e nem ser humilhado.

Estava seguro. Deu algumas migalhas de pão para os passáros que estavam aberto e resolveu voltar a sua concentração na leitura.

((Ele tem Síndrome do Pânico e fobia de humilhação - Humilhofobia - junto com fobia de falar em público - Humilhofobia - que desencadeiam os ataques~~ E, ficou longo X_X))

Depois de notar-se quase cochilando, desenterrou a cabeça dos braços, respirando longamente. O dia estava bonito, idem ao local, mas não se encontrava lá muito disposto para aproveitar aquilo - mas melhor respirar ar fresco do que ficar em seu quarto, talvez.

Ainda ninguém havia se aproximado de si, que lhe deixava calmo, mas ao mesmo tempo sentia-se um pouco solitário.
Correu os olhos pelo pátio, discretamente.
Encontrava-se sob a sombra de uma árvore, encolhido e em silêncio. Ficava a a reparar em tudo em volta, antes de sentir-se cansado, mas sem deixar que o enxergassem.

Um pouco mais longe viu um jovem loiro passar, a obsevar as flores. O analizou por alguns segundos, seguindo com o olhar.

Algum tempo depois outro se aproximou. Não achava que devia se meter no que poderia acontecer, pela expressão meio irritada do recém-chegado, e também sentiu-se intimidado - mesmo longe dois dois.
Encolheu-se contra o tronco da árvore, ainda tentando evitar de ser visto. E não queria que os dois pensassem que estava escutando a conversa...

Felikz estava extremamente irritado, como ele fora parar ali, em uma clínica? Ele não era doente.
Andava pela estreita estrada de pedras por entre as ávores. Havia acabado de chegar e ainda carregava suas malas, essas deveras cheias. De roupas femininas, na sua maioria.
"Eu, tipo, não sou doente! Eu sei que você precisa de um tempo sozinho, Liet, mas não vai se livrar de mim! Ah, tipo, você não vai!"
Ele mal era capaz de notar quão agradável era a paisagem, árvores frondosas e o mais límpido e fresco céu, o aroma floral tão apaziguador...
Deteve-se.
"Talvez eu consiga fazer com que Liet venha me visitar... Tipo, assim, podemos pintar meu quarto de rosa juntos!".
Com esse pensamento mais animado, permitiu-se observar um pouco o local, encantado.Queria saber se realmente valia a pena ficar. Foi quando notou uma figura morena, de olhos castanhos, recostada ao tronco de uma árvore, aparentemente observando uma discussão.
Corou um pouco, mas acreditou que o melhor a se fazer era tentar se enturmar.
Abaixou-se, ficando próximo ao oriental. Reuniu um pouco de coragem e disse:
_Olá. O que você está vendo?

O rapaz surpreendeu-se um pouco quando ouvira a voz autoritária. Olhou para cima num reflexo imediato, podendo observar que o loiro de sobrancelhas espessas estava apontando e falando justamente com ele. Um arrepio percorreu-lhe a espinha. O que tinha feito de errado? Nenhum lugar era marcado, e, além disso, ele chegou primeiro! E sem falar que ainda tinham muitos locais que poderia se sentar...

Ah, como gostaria de ter a coragem de falar isso para o outro, pensou. Mas era medroso demais. E se o outro resolvesse usar a força, ali, onde poderia ser visto pelos outros? Isso se já não estivesse sendo observado...

Trêmulo, levantou-se. "M-me desculpe, mas... Eu cheguei antes de você, poderia procurar outro lugar?" Falou, reunindo toda a coragem que tinha, e segurando o livro em mão fortemente contra a mesa.

Sua atenção foi da discussão para a figura loira que se aproximou. Encolheu-se um pouco contra a madeira, olhando-o por alguns segundos.

Era a primeira vez que alguém tinha falado consigo, não sendo um dos médicos ou semelhantes. E naturalmente ficava um pouco nervoso a frente de pessoas que não conheciam. Mas respondeu:
- ... Olá. E, aquillo. - Seu braço dormia um pouco por já estar a algum tempo parado, então remexeu o ombro e apontou discretamente para a discussão mais a frente.

Fazia tempo que ela observava o lugar por completo, ou o que conseguia ver dali. O vento soprava calmo, uma brisa gostosa vinha em sua direção. Sua atenção, porém, voltava-se para duas pessoas que conversavam próximas a uma árvore. Não exatamente conversavam mas pareciam querer, ao menos.

Suspirou; aquilo certamente não era de seu interesse. Passou a mão pelos cabelos loiros e depois pela saia comprida, voltando a caminhar sem um rumo certo. Fitava as flores vez ou outra, mas ainda sem se interessar totalmente. Olhou para o lado, para ver dois homens aparentemente discutindo. Até poderia ficar ali e escutar tudo, mas aquilo também não lhe importava tanto.

O que fazer? Já havia sido liberada pelo médico e ela começava a sentir falta de algo para se ocupar... Gostava de caminhar, então tudo bem. Logo acharia algo, pelo menos.

Felikz parecia não ter percebido o visível desconforto do homem com quem conversava. Encarou, curioso, a discussão logo a frente:
_ Oh, o que será que esses junks estão falando? Tipo, acho que já conheço aquele de óculos...
Repentinamente, seu rosto tornou-se de um vívido tom avermelhado.
Porém, o pensamento logo desapareceu de sua mente quando notou o olhar curiosamente tímido do oriental ao seu lado. Sorriu, tentando impressioná-lo, e agarrou a mão deste:
_ Tipo, eu não conheço nada daqui, você pode me ajudar? E eu preciso de muita ajuda, essas malas são, tipo, muito pesadas...

- Não sei... - Respondeu, com um pouco de preocupação. Será que aquilo poderia se tornar alguma briga? Mas não conseguia ouvir direito o que diziam. E se sentia um pouco intrometido fazendo isso.

Percebeu o outro vermelho, mas não questionou.
E, ao o loiro segurar sua mão, dessa vez tinha sido Kiku a corar - levemente, mas notável.

- ... Também sou novo aqui. Mas, posso lhe ajudar com as malas, se servir. - Ergueu-se, mas ainda com um olhar meio baixo.

O loiro ficou a observar o estoniano com atenção, esperando que ele se retirasse de seu lugar. Cruzou os braços quando ele resolveu se pronunciar, sem perder aquela expressão mau-humorada e irritadiça. Mas logo esses sentimentos se dissiparam em um sorriso de escárnio que Arthur formou apenas com o canto dos lábios.

- Eu quem sempre me sento aí! É minha propriedade! E de meus amigos.

Falou em um tom altivo, arrogante, como se fosse melhor do que qualquer um ali. E realmente era. Aonde estava seus amigos para ajudar-lhe naquela situação, por falar nisso?! Caminhou até o loiro com passos firmes e decididos, apontando para a parte lateral da mesa.

- Veja.

Disse com simplicidade, mas o sorriso constante nos lábios. No local estava escrito bem rudemente, como se tivesse usado um canivete ou coisa parecida, "Propriedade do Capitão Arthur Kirkland". Logo os olhos esmeralda foram retirados do grifo e voltaram-se ao outro rapaz, dando a volta - sem nunca tirar os olhos dele - e subir em cima do outro banco, colocando um dos pés na mesa. Uma das mãos se dirigiu a sua cintura e a outra gesticulava no ar com alguma grandeza.

[b]- Mas, se você realmente quiser, pode pagar uma taxa para utilização do local!

Eduard tencionou-se um pouco mais com a aproximação do outro, mas relaxara um pouco - muito pouco - quando notara que não fora tocado. E, amigos? Ele não percebera nenhuma companhia junto com o inglês... Chegou a conclusão que deveriam ser alucinações, mas nada falara. Que autoridade tinha? Nem médico ele era, e também estava internado... Mas não via coisas, apenas reagia de modo muito exagerado... Pelo menos era o que lhe diziam antes do diagnóstico.

Perguntou-se se podiam subir nas mesas e cadeiras. E, pelo o que sabia, aquilo tudo era de todos, o inglês não deveria ter demarcado como território seu!

Ah, mas que bobo ele fora! As bochechas coraram com a ideia de pagar a ele. Com o que? Será que valeria a pena? Só queria ser deixado em paz...

"E com o que eu pago, exatamente? Eu não tenho dinheiro nenhum..." Disse, encabulado. Se não fosse algo ruim, poderia pagar... Talvez, se seguisse as ordens dele, não passaria nenhuma vergonha.

Os gestos pararam para que a atenção se fixasse no estoniano. Era um pouco difícil, mas não impossível. Arthur deixou que o sorriso morresse, ficando somente a fitar o outro como se ele tivesse dito um absurdo: como alguém não tinha dinheiro?! O mundo girava ao redor de tesouros!

- Alguma jóia? - indagou mais para si mesmo, já que logo se respondeu, balançando a cabeça negativamente. - Tsc, tsc. Impossível.

Afinal, ele parecia um pé rapado, refletiu, franzindo novamente as sobrancelhas. Retirou o pé de cima da mesa e pulou do banco habilidosamente, fazendo pouco barulho. Levou uma das mãos ao queixo, apoiando o cotovelo sobre o braço que trazia dobrado em frente ao corpo. Os olhos esmeraldas fitaram o céu claro, limpo e cristalino... Um sorriso misterioso surgiu.

- Pode ser meu escravo! No mar é assim... Os fracos obedecem aos fortes. E você é fraco. - apontou para ele e em seguida para si, como se estivesse falando com uma criança ou um doente mental e precisasse exemplificar. - Eu sou forte.

E, em troca, eu te protejo... É assim a relação de um senhor e seu vassalo!

O polonês estava extremamente constrangido, mas encarava a estrada sob seus pés para evitar o olhar do japonês. Contou uma, duas, três folhas secas. Tomou a iniciativa, pegou uma de suas malas e voltou-se para o prédio principal. Estava em dúvida.
Logo não estava mais, sorriu categoricamente e virou-se para o oriental, já o arrastando para os apartamentos.
_ Ei, nós dois poderíamos ser, tipo, amigos, não é? Até que o Liet venha me visitar, eu não quero ficar sozinho, é, tipo, muito tempo!
Assim, Felikz continuou falando e caminhando, encarando hora o chão, perguntando-se o que fazer, hora encarando seu novo "amigo", convicto.

(OFF: Procurei colocar o máximo de mudanças de humor no Felikz o__õ)

Raivis acabara de chegar e andava lentamente, carregando sua pequena e gasta mala. Não sabia muito bem onde se localizavam as coisas, mas não estava preocupado com isso. Preocupava-se muito mais com o tipo de pessoas que poderia encontrar ali. Pelo menos não precisava se preocupar com julgamentos, afinal, todos eles estavam ali porque tinham algum problema, certo? Ninguém ia achá-lo estranho, ou bobo, ou qualquer coisa do tipo, não é? Tentava se animar com tais pensamentos enquanto observava a paisagem do lugar... Era bem bonito. Talvez não fosse tão ruim. Talvez se curasse rápido. Talvez até fizesse.... Amigos?

Percebeu que não estava sozinho e parou para observar as pessoas. Viu um moça de cabelos claros andando, sem parecer ter um rumo especifico e viu algo que lhe pareceu uma discussão; Desviou os olhos rapidamente para o solo, sem nem ao menos dar tempo para que seu cérebro registrasse a aparência dos dois. Achava que só por olha-los poderia chamar a atenção deles e não queria nem pensar no que poderia acontecer. Manteve seu olhar baixo e procurou algum lugar distante para se sentar. Talvez estivesse exagerando demais no otimismo... Deu um longo suspiro e enquanto brincava com a alça da mala, sem vontade de ir procurar sua casa ainda.

O que o outro achava que era, e, aonde achava que estava? Eduard sabia que estavam em terra firme, e não em um navio pirata. Tinha certeza que o homen com quem falava estava um pouco maluco... Não que isso o surpreendesse muito, considerando o local em que se encontravam.

Ainda assim, não gostara nada das ideias mirabolantes do outro. Não queria ser escravo de ninguém, ora! E, toda a ideia de servir a um superior, tendo de fazer tudo o que for mandando, sendo considerado fraco...

O que fariam com ele!?

Sentiu as pernas tremendo mais apenas de ouvir a propóstas, os olhos ficando um pouco lacrimejados - Não queria chorar, não na frente dele, seria fraqueza demais - a respiração acelerando aos poucos.

Talvez fosse fraco, mesmo. De qualquer jeito, seria fraco sozinho!

"Não, obrigado. Eu... Eu vou me sentar em outro lugar. Desculpe te incomodar..."

Tentando não demonstrar o nervoso, caminhou até um banco próximo, sentando-se nele. Não deveria ser propriedade do outro também, então estava tudo bem... Ele finalmente seria deixado em paz. Pelo menos era isso que ele gostaria que acontecesse, mas sabia que dependia mais do inglês do que dele.

Também notara naquele momento a presença de outras pessoas. Uma garota loira que caminhava sem prestar atenção neles e um rapaz que acabara de chegar - Este parecia meio curioso, mas tímido. Chegou a conclusão que aparentava ser um bom rapaz. Não deveriam fazer muito barulho, de jeito nenhum. Se ele acabasse sendo o centro das atenções, as coisas só piorariam.

Arthur já ia abrir a boca para retrucar e não deixá-lo ir. Invasão de propriedade era crime! Não era? Bem, na cabeça confusa do inglês era - e isso bastava para ele. Bufou, fazendo um gesto obsceno discretamente para que o outro não visse. Ao menos tinha o expulsado dali! Mas agora, estava entediado. Sentou-se no banco, apoiando os braços na mesa e ficando com os olhos esverdeados fixos na paisagem do pátio, mas sem focalizar nada em especial. Podia ver algumas pessoas passando, mas não as enxergava: estava preso em seus próprios pensamentos. Estava refletindo sobre aonde estaria Pixy, Brownie e outros de seus amigos.

Suspirou, piscando os olhos e voltando a atentar-se ao redor. Espalmou as mãos na mesa, usando-a de apoio para se levantar, ajeitando o colarinho da blusa social quase como se fosse outra pessoa. Se eles não apareciam, iria procurá-los! As feições do britânico agora se encontravam neutras, passando-se por sérias. Colocou as mãos nos bolsos, sentindo em um deles a gravata esquecida, mas deixou-a ali.

- Pixy!

Chamou mais uma vez, começando a caminhar pelo pátio, olhando em volta. Algumas vezes parava em um canteiro de flores ou olhava atrás de uma árvore, passando pelos recém-chegados. Não ligava para eles, de todo jeito.

Felikz continuava a falar ininterruptamente, o oriental não consigueria pronunciar uma única palavra até o momento. Quando o polonês encarou o que estava suas mãos, percebeu que um dos bolsos de sua mala estava aberto.
Entrou repentinamente em desespero, interrompeu sua caminhada. As mãos enterraram-se no bolso aberto. Estava vazio. Os olhos esverdeados encaravam todo o caminho percorrido até o momento, não via nada de incomum. Mas seu objeto precioso havia sido perdido.
Olhou em vão para as árvores frondosas, o gramado sobre elas, parecia tudo igual a quando chegara.
O japonês parecia ter percebido sua inquietação.
_ Eu... Eu já volto.
Correu o caminho contrário ao já percorrido, esmagando as folhas secas com suas botas lustradas. Olhava para o chão, para a frente.
Logo, achou sensato ir tateando o chão, não poderia ter perdido...
Arrastou-se pelo chão, em desespero, o tecido que recobria seus joelhos enrrugando-se e esticando-se.
Até que percebeu um par de pés à sua frente.
Botas lustrosas de um homem loiro de sobrancelhas grossas.
Que parecia chamar alguém.
Os olhos esverdeados encarando um ao outro, naquele momento.

Eduard suspirou um pouco mais aliviado ao perceber que o outro o deixara sozinho. Desse jeito, nada de ruim aconteceria e nenhum problema seria causado... E ele não chamaria a atenção de ninguém de modo negativo.

Não tinha percebido que o inglês tinha lhe dado um gesto obsceno - algo não muito digno de um cavalheiro. Então apenas pensou que este só fosse alguém um tanto aproveitador.

Continuou sentado ali por mais um tempo, respirando profundamente, se acalmando. Conseguiu, mas todos os acontecimentos anteriores o deixaram sem vontade alguma para ler. Deixou o livro no colo, fitando a capa por uns instantes. Talvez devesse ter ido para o quarto, ou ter lido na biblioteca, mesmo... Assim nada daquilo teria acontecido.

Mas agora era tarde. E nem ocorreu nenhuma tragédia. Como já tinha o livro emprestado, resolveu ir deixá-lo no quarto. Levantou-se, e caminhou em direção ao garoto loiro que chegara e que o observara discretamente.

"Olá! Você parece ser novo por aqui... Quer que eu te leve até onde fica seu quarto?" Perguntou, em tom gentil. Não tocou no outro, talvez ele não gostasse de contato.

O mau-humor do inglês deu lugar a preocupação. Não acha eles em lugar algum! Parou, levando uma das mãos aos fios loiros, bagunçando-os antes de coçar a cabeça. O que fazer? O que fazer? Talvez devesse pedir ajuda a alguém...

Não. Fora de cogitação. Ninguém nunca lhe entendia, desde sempre. Já ia dar meia volta e procurar do outro lado, mas quando ia fazê-lo, sentiu alguém se aproximar. Voltou-se na direção, arqueando uma das sobrancelhas, ficando a fitar dentro dos olhos verdes alheios. Parecia uma menina, pensou consigo mesmo; sabia distinguir homens de mulheres, mas... aquele realmente parecia uma! Não faria mal agir como um cavalheiro, right?

- Hey. Tudo bem?

Felikz não sabia como reagir.
Naquele momento, não sabia se voltava a encarar o chão, procurando seu tão precioso objeto, ou simplesmente respondia àquele homem que parecia examiná-lo tão curiosamente com os olhos.
Sentiu-se intimidado. Começou a enrolar uma de suas madeixas loiras e perguntou, desviando o olhar:
_ C-cześć. Tipo... Quem é você?

((OFF: Seria interessante se o Arthur confundisse realmente o Felikz com uma mulher o__ô))

((Ok, por pedidos, vou fazê-lo confundir ))


Ele (ou ela?) respondeu sua pergunta com outra pergunta? Não gostava nada disso. Ninguém fazia perguntas a Arthur Kirkland! Ele quem deveria fazê-lo, mas... Por ser uma menina - aparentemente, ao menos, passando impressão de realmente ser do sexo feminino -, coçou a bochecha com o indicador, mas logo balançou os ombros. Deveria ter se enganado ao pensar que era um homem. Um homem não falava daquele modo! E achou até bonitinho o jeito como ela enrolava os cabelos timidamente.... Levou a mão até a boca, fechando os olhos um breve instante, logo colocando-se a apresentar com um sorriso ligeiramente torto e sedutor, fixando os orbes nos de Feliks.

- Arthur Kirkland, milady. - estendeu uma das mãos, tombando a cabeça ligeiramente para o lado. [b]- Deixe-me ajudá-la.

Finalmente parou de caminhar, observando novamente o movimento alheio. A "briga" entre aqueles dois parecia ter ficado mais tensa, embora tivesse acabado e ainda lhe parecesse insignificante. Um outro rapaz, de traços levemente afeminados, passara quase arrastando um oriental próximo a si; sem contar um jovem mais baixo que chegava.

Ah, ela já previa certo tédio vindo. Não pretendia chamar a atenção de ninguém mas era o que estava fazendo, pelo visto. Ela notava os olhares sobre si. Esperava apenas que não fosse nada demais.

Achou um banco não muito distante de onde estava, sentou-se e ficou a fazer uma trança nos cabelos. Desta vez parara e observara tranquilamente o lugar outra vez. Se tivesse um livro em mãos, estaria melhor mas não era o caso.

Não que fosse fofoqueira ou algo do tipo, mas aquilo estava começando a ficar interessante.

Não faria com que os olhares se encontrassem, mesmo que soubesse que isso demonstrava medo - mas olhava-o, mostrando que ele tinha sua atenção.
Ao ele parecer em dúvida, achou que tivesse parecido frio ou algo assim. Não queria aparentar ser alguém mal educado, ou semelhantes...

Sentiu-se melhor ao ver o sorriso dele. Pegou uma das malas, ajudando-o. Deixava-se ser levado por ele.
Ao ele dizer sobre serem amigos, pensou por uns segundos. Não sabia se queria amizades ou não, mas o loiro lhe pareceu uma boa pessoa. Sorriu, de leve: - Podemos sim.

E, enquanto ele falava, ouvia tudo. Não era de falar muito, e até que gostava de ouvir os outros. Permitia ele continuar.

Percebeu a preocupação dele com algo, ao pararem e ele procurar algo no bolso. Seguiu o olhar dele, tentando ver alguma coisa derrubada no chão.
- Certo. Se precisar de ajuda... - Continuou no lugar onde estavam.

Olhava por perto, estreitando um pouco os olhos para procurar algum objeto no chão.

Viu ele indo na direção do loiro de sombrancelhas grossas, e ficou somente a observar. Viu-os conversando alguma coisa.

Estava tão distraído com seus próprios pensamentos que nem sentiu quando alguém se aproximava. E naturalmente se assustou quando ouviu uma voz. Ergueu os olhos para ver um loiro alto de óculos. Parecia uma boa pessoa. Demorou alguns instantes apenas piscando para reagir, por não acreditar que estavam mesmo falando com ele.

- A-Ah! S-Sim, sou novo! S-seria muito agradável... S-se não for incomodo, c-claro.

Amaldiçoou-se mentalmente por ter gaguejado. Seu ritmo cardíaco já estava um tanto acelerado. Só torcia para que o outro não o acha-se estranho por isso ou algo assim.

Eduard teve suas suspeitas confirmadas quando percebera que o menor se assustara quando falou com ele. Não achou muito estranho - também sabia como era ter uma fobia, afinal - e o observou rapidamente da cabeça aos pés. Baixo, magrinho, cabelos ondulados, olhos violeta.

"Vamos, é por aqui." Falou, apontando para onde ficava a casa, dando uns poucos passos em sinal para que caminhasse junto com ele. Podia sentir que era uma boa companhia.